Segundo dados divulgados pela Cooperativa Agrícola de Moura e Barrancos, cujos associados fazem, maioritariamente, olival tradicional de sequeiro, a redução da produção nesta campanha poderá ter chegado a menos de metade dos valores do ano anterior.
Rosário Félix, investigadora do MED – Instituto Mediterrâneo para a Agricultura, Ambiente e Desenvolvimento da Universidade de Évora, em entrevista à Voz da Planície, explica que este ano as produções foram afetadas por um fungo, a Alternaria Alternata.
Este fungo deterioriza a azeitona e faz com que depois de transformada, a qualidade do azeite não seja tão boa, contendo maior teor de acidez.
Este fungo, de acordo com esta investigadora da Universidade de Évora, está presente em todos os olivais, e tem vindo a ganhar resistências aos farmacêuticos utilizados nos olivais.
Além deste fungo, muito se tem falado de uma outra ameaça ao olival: a Xylella Fastidiosa. Trata-se de uma bactéria, transmitida por um inseto, que pode mesmo dizimar hectares em plena produção.
Por enquanto, ainda não foi oficialmente detetada no Alentejo.
A Xylella Fastidiosa é um risco potencial para o olival, pois mata completamente a árvore. Só é detetada pelos sintomas da planta, e não há tratamento para esta bactéria.
Esta investigadora refere que ainda não se sabe qual será o efeito desta bactéria nas produções do Alentejo, porque não se conhecem os efeitos nas variedades de oliveira que aqui existem.
Contudo, trata-se de uma preocupação.
Classificada como "bactéria de quarentena" pela Organização Europeia para a Proteção das Plantas (EPPO), em Portugal, a Xylella fastidiosa foi detetada, em janeiro de 2019, em plantas de lavanda num zoológico em Vila Nova de Gaia, no Porto.
A prevenção para estas doenças passa, sobretudo, por uma atenção cuidada das plantas e pela procura de novas soluções.
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