“Eu tenho 20 anos de agricultura e nunca na vida assisti a uma situação destas, nem parecida”, confessa à agência Lusa o presidente da Associação dos Jovens Agricultores do Sul (AJASUL), Diogo Vasconcelos, que também é criador de ovinos.
O novo serotipo 3 do vírus que provoca a doença é transmitido através de insetos, afetando sobretudo os ovinos, e foi detetado, pela primeira vez, em meados de setembro, no distrito de Évora, tendo alastrado, desde então, a todo o Alentejo.
Com a expansão do vírus, os rebanhos estão diariamente a sofrer baixas e o Sistema de Recolha de Cadáveres de Animais Mortos na Exploração (SIRCA), gerido pela associação ACOS - Agricultores do Sul, com sede em Beja, ‘não tem mãos a medir’.
“O nosso pico [de recolha] normalmente é depois de agosto, quando recolhemos cerca de 400 num dia, que é o que tem acontecido em anos anteriores, mas hoje tivemos mais de 2.000 animais para recolher”, exemplifica à Lusa o presidente da ACOS, Rui Garrido.
O dirigente agrícola assinala que este número de cadáveres de animais recolhidos representa “cinco vezes mais do que em igual período do ano passado” e alertou para as proporções que a situação está a ganhar no Alentejo.
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