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Sociedade

Diretor do Museu Botânico do Politécnico de Beja edita série de selos dos CTT

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Diretor do Museu Botânico do Politécnico de Beja edita série de selos dos CTT

Os CTT – Correios de Portugal emitiram, no passado dia 28 de agosto, a primeira coleção filatélica dedicada ao património etnobotânico português. Esta emissão foi desenvolvida em colaboração com Luís Mendonça de Carvalho, Titular da Cátedra UNESCO em Etnobotânica e diretor do Museu Botânico do Instituto Politécnico de Beja (IPBeja).

A coleção é constituída por seis selos – alusivos às Cestas de Forjães, à Máscara de Lazarim, aos Palitos de Lorvão, à Empreita de Palma, ao Miolo de Figueira e aos Embutidos com uma tiragem de 75 mil exemplares cada e, ainda, por um bloco filatélico com dois selos.

Luís Mendonça de Carvalho revela, na pagela da emissão, que “a etnobotânica estuda o resultado da interação cultural entre as plantas e os humanos”. Adianta que “a relação entre as plantas e os humanos não se limitou à agricultura”, acrescentando que “estes seres vivos, também, forneceram matérias-primas que facilitaram as atividades quotidianas, para além da sua intervenção em mitos, em narrativas tradicionais ou como elementos simbólicos”.

O diretor do Museu Botânico do IPBeja explica que “até meados do século XX, a sociedade portuguesa foi maioritariamente rural e todas as atividades se desenvolviam em redor das plantas e dos seus ciclos anuais. A observação e a análise das plantas permitiram, aos nossos antepassados, acumular um vasto conhecimento sobre as suas propriedades e os seus usos potenciais”.

“A cultura material portuguesa incluía inúmeros objetos ligados a atividades ou a necessidades culturais, que se alteraram profundamente ou se extinguiram. Alguns resistiram e são, agora, símbolos que representam a história ou os valores regionais”, frisa o responsável.

Luís Mendonça de Carvalho considera que “a salvaguarda deste património é possível atribuindo-lhe um novo estatuto, não necessariamente ligado ao uso funcional, mas ao seu significado cultural, que evolui e se adapta, agindo como fator identitário de coesão social”.

“Esta emissão filatélica”, continua, “evoca objetos que continuam a ser produzidos com matérias-primas de origem vegetal, seguindo técnicas ancestrais, e outros mais recentes, porque a tradição também pode ter génese contemporânea”.

Acrescenta, ainda, que “esta emissão é, também, uma homenagem a todos os portugueses e portuguesas que mantêm vivas estas tradições, reconhecendo o seu valor como guardiães de um património que se deseja proteger, usufruir e legar às gerações vindouras”. 


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