Há 29 anos que todos os que precisam de contactar o Serviço de Emprego de Beja, do Instituto do Emprego e Formação Profissional, conhecem a voz de Ana Lázaro. É a telefonista desta entidade e por isso mesmo, a que atende e encaminha as diversas chamadas que chegam a este serviço.
A Voz da Planície foi visitá-la ao local de trabalho, onde muitos estão em casa a cumprir teletrabalho, e contou-nos que tira as suas notas em braille. Nos momentos em que as chamadas não soam lê, também, a sua história, a de um casal que se perdeu, em braille.
Foi aos 19 anos de idade devido a um tumor cerebral que ficou invisual. Diz que sente saudades de ver, mas que a sua vida não é muito diferente das pessoas que não convivem, diariamente, com esta situação. Ana Lázaro tem na sua bengala e na sua orientação os guias que a conduzem todos os dias ao local de trabalho. Estudou o percurso e repete-o, sempre que precisa. Não esconde que quando se depara com um obstáculo isso lhe dificulta a vida.
O Dia Mundial do Braille foi instituído pela Assembleia Geral da Organização das Nações Unidas, em novembro de 2018 e tem como objetivo aumentar a consciencialização sobre a importância do braille como meio de comunicação, na plena realização dos direitos humanos das pessoas com deficiência visual.
O Braille é uma representação tátil de símbolos alfabéticos e numéricos usando seis pontos para representar cada letra e número, e até mesmo símbolos musicais, matemáticos e científicos.
Braille, nomeado após o seu inventor Louis Braille, em França no século XIX, é usado para disponibilizar informação acessível a pessoas que utilizam este meio de leitura e escrita, em igualdade de oportunidades com aqueles que acedem à mesma informação por via de uma fonte visual.
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