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Saúde

A importância da fisioterapia cardiorrespiratória do bebé ao idoso

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A importância da fisioterapia cardiorrespiratória do bebé ao idoso

No dia 8 de setembro assinala-se o Dia Mundial da Fisioterapia, que celebra a união e a solidariedade da comunidade destes profissionais e é um dia em que podem demonstrar o valor do seu trabalho na melhoria da mobilidade e independência funcional. Hoje vamos saber mais sobre fisioterapia respiratória com Cristina Guerreiro.

Cristina Guerreiro, fisioterapeuta, em entrevista à Voz da Planície no âmbito da rubrica “Uma Questão de Saúde”, fala sobre uma área específica dentro da fisioterapia, a cardiorrespiratória.

Começa por explicar que se trata de uma área dentro da fisioterapia que “intervém sobretudo no sentido de melhorar a qualidade de vida das pessoas, a sua condição física e maximizar as suas funções”, de forma a educar e promover estilos de vida saudável, atuando num “alargado número de condições de saúde que têm impacto sobretudo a nível do sistema cardíaco, respiratório, vascular e metabólico”.

Algumas das patologias em que a fisioterapia respiratória atua são bronquiolite, em particular nos bebés e recém-nascidos, pneumonias, derrames pleurais, infeções respiratórias, asma e bronquites crónicas, patologias do foro cardíaco, entre outras.

A fisioterapia respiratória trabalha com doenças agudas e crónicas. “Tanto num pré operatório e pós operatório também é fundamental a nossa intervenção nas cirurgias cardíacas, abdominais, mamoplastias e transplantes porque isso irá reduzir o risco de complicações”, sublinha.

O papel do fisioterapeuta é igualmente ajudar a “prevenir exacerbações”, de forma a que as pessoas evitem ter crises, ensinando-as a gerir e controlar essas crises para aumentar a tolerância do exercício do dia-a-dia, sem precisar da ajuda de terceiros, sendo este “o papel fundamental da fisioterapia respiratória”.

Para Cristina Guerreiro, fisioterapeuta que exerce na cidade de Beja, importa referir que nem todos os hospitais dispõem de um fisioterapeuta, o que é fundamental para acompanhar os utentes, pois a atuação começa em contexto hospitalar, nos casos de pré e pós operatório, que depois faz o acompanhamento na comunidade.

“É fundamental haver um fisioterapeuta sempre nos diversos locais, para acompanhar o utente nas várias etapas da doença”.

Em relação à população alvo refere que a “fisioterapia cardiorrespiratória atua desde o recém-nascido até ao idoso e é reconhecida como uma componente de tratamento não farmacológica”, disse a especialista.

Relativamente aos recém-nascidos, Cristina Guerreiro deixa um alerta para mães que chegam ao consultório com “a preocupação de ajudar os bebés em determinadas situações”. Ouvem falar da importância da fisioterapia no entanto, trazem muitas vezes a “ideia das pancadinhas”, que não são técnicas corretas e são contraindicadas pelos especialistas. Explica que enquanto fisioterapeuta o objetivo é ajudar os recém-nascidos e crianças conforme a sua avaliação e trabalhar no sentido de recuperar bem-estar, vitalidade, apetite e sono, havendo geralmente bons resultados logo nas primeiras sessões, em particular nos recém-nascidos.

“É importante as pessoas procurarem esta ajuda de forma rápida, porque muitas vezes os bebés ficam obstruídos e com secreções e chegam a fazer quadros de bronquiolite e infeções respiratórias”, o que pode ser evitado, segundo a fisioterapeuta, se forem intervencionados atempadamente.

Há também toda uma componente educacional nas consultas dirigidas aos pais, que são ensinados a limpar as vias aéreas e desobstruir as vias superiores através do soro, bem como fazer uma série de posicionamentos que os podem ajudar em várias situações, mas as técnicas em si devem ser desenvolvidas pelos profissionais.

Os objetivos principais da fisioterapia respiratória são reduzir sintomas como a dispneia, fadiga, tosse e especturação, promover aumento de tolerância ao esforço, melhorar a funcionalidade e treinar atividades diárias e aumentar eficácia da gestão da doença, sobretudo em situações crónicas. A fisioterapia é também fundamental para reduzir a ansiedade e depressão que surgem relacionadas principalmente com as condições crónicas.

Sobre a pandemia diz que o confinamento resultou numa redução de mobilidade, tendo-se verificado um retrocesso, em particular nos idosos, tendo em conta que as pessoas estiveram isoladas em casa durante dois anos, com mais restrição da sua atividade diária.

O isolamento fez com que houvesse um “desenvolvimento de pré-fragilidades e fragilidades e neste sentido, muitas pessoas ainda ficaram com sequelas”, da própria doença covid-19, sendo a fisioterapia essencial para “melhorar a capacidade respiratória, as limitações que a covid-19 deixou” e “perderem o medo e voltarem à sua condição física”.

Cristina Guerreiro defende que os profissionais de saúde devem olhar para uma pessoa como um todo e “não como uma condição”, e “perceber que muitas vezes por trás daquela situação física também existem receios, sentimentos" que podem contribuir para a melhoria da intervenção dos especialistas.

O trabalho em equipa também é importante na área da saúde, no sentido em que muitas pessoas que estão na fisioterapia por vezes são encaminhadas para outros departamentos, tais como saúde mental, nutrição, e outras, conclui a fisioterapeuta.

Oiça a entrevista completa na rubrica Uma Questão de Saúde.


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