Voltar

Ambiente

Destruição de lagoas em Odemira motiva queixa-crime da LPN no Ministério Público

Ambiente

Destruição de lagoas em Odemira motiva queixa-crime da LPN no Ministério Público

A Liga para a Proteção da Natureza (LPN) anunciou ontem que apresentou uma queixa-crime contra responsáveis agrícolas pela destruição de cinco lagoas temporárias mediterrânicas no concelho de Odemira (Beja), um habitat protegido pela União Europeia.

Em comunicado, a LPN explicou que a participação criminal contra responsáveis agrícolas pela destruição das lagoas, por cinco crimes de dano contra a natureza, foi apresentada no Ministério Público de Odemira.

“Em causa está a destruição de cinco Lagoas Temporárias Mediterrânicas, habitat prioritário da Diretiva Habitats da União Europeia, em pleno Parque Natural do Sudoeste Alentejano e Costa Vicentina”, disse a entidade ambientalista.

Segundo a LPN, “os últimos sobreviventes de uma das mais importantes concentrações de lagoas temporárias no país foram destruídos em 2019, após a terraplanagem de terrenos para a exploração intensiva de culturas de morangos”, em Odemira.

A situação já tinha sido objeto de denúncia da LPN junto da Comissão Europeia, em março de 2021, devido à diretiva europeia, “transposta para legislação nacional e com claras obrigações para a sua salvaguarda”.

“Não existem razões que justifiquem esta perda”, disse a Liga, explicando que, para contrariar o “relativo desconhecimento sobre o estado de conservação deste habitat”, procedeu, com outros parceiros, entre 2013 e 2018, à identificação e cartografia de 133 lagoas temporárias mediterrânicas na costa sudoeste, para que “a sua conservação fosse acautelada”.

A destruição das lagoas temporárias, para a instalação de culturas agrícolas, “foi realizada ao arrepio e em clara violação das disposições legais e regulamentares em vigor”, argumentou a LPN.

Com a queixa-crime agora apresentada, a entidade ambientalista assumiu que pretende “responsabilizar a ocorrência e os seus autores, promovendo a salvaguarda destes valiosos habitats e realizando o restauro das lagoas agora destruídas e da biodiversidade que albergavam”.

No comunicado, a LPN apelou ainda à “rápida aplicação da legislação que não está a ser cumprida” no Parque Natural do Sudoeste Alentejano e Costa Vicentina (PNSACV), para procurar evitar “que continuem a ocorrer atos ilegais e danosos para a natureza”.

“É prioritário que o Ministério da Agricultura e o Ministério do Ambiente e Ação Climática se articulem num trabalho e esforço conjuntos no sentido de inverterem a veloz degradação dos valores naturais [a] que se continua a assistir” neste parque natural, exigiu.

Esta área protegida, conhecida “pelo seu património natural único, reduto de espécies que não podem ser encontradas em nenhum outro local no mundo, vê-se a braços com o desafio de sobreviver sob as consequências impostas” pela agricultura intensiva do Perímetro de Rega do Mira, alertou.

Segundo a LPN, “é importante criar medidas agroambientais que ajudem os proprietários e agricultores a participar de forma ativa na conservação dos valores naturais desta área protegida”.


PUB
PUB
PUB

Discos

Paulo Ribeiro lança novo disco

Acabou de tocar...

BEJA meteorologia
Top
Este site usa cookies para melhorar a sua experiência. Ao continuar a navegar estará a aceitar a sua utilização.