Em 2024 os números revelam 20 femicídios, destes 16 foram cometidos em relações de intimidade, três em contexto familiar não íntimo e um em contexto de violência sexual dos femicídios em relações de intimidade”, esclareceu uma das investigadoras responsáveis pelo trabalho.
É também revelado que “15 dos femicídios foram perpetrados por homens e um foi por uma mulher. Destes 16 casos, temos 12 que aconteceram em relações atuais, ou seja, relacionamentos existentes e quatro deles foram em relacionamentos já terminados, em que as vítimas já se tinham distanciado do agressor”. Em oito casos, apurou-se que a vítima e o agressor tinham filhos em comum, sendo que em três destes casos os filhos eram menores.
Em relação à violência prévia, o documento apresentado na Faculdade de Psicologia e Ciências da Educação da Universidade do Porto (FPCEUP), revela que “em pelo menos 10 dos casos, a violência já existia e essa violência era conhecida de familiares de vizinhos, outras pessoas conhecidas e, nomeadamente, em seis destes casos, já havia queixas na polícia.
Os dados revelam, igualmente, que a maioria das vítimas tinha mais de 36 anos, 12 delas estavam empregadas, quatro eram reformadas e das 20 vítimas de femicídio, 14 delas tinham filhos ou filhas, e pelo menos em seis casos, os filhos eram menores de idade.
Quanto ao crime, 12 casos ocorreram na residência conjunta do agressor e da vítima e cinco casos ocorreram na via pública. Os meios mais utilizados este ano foram as armas de fogo ou armas brancas, mas há também outros casos em que foram usados objetos contundentes ou outros métodos.
A par dos homicídios existiram no mesmo período 53 tentativas de assassinato de mulheres, das quais 30 são tentativas de femicídio, ou seja, “tentativas de matar as mulheres porque elas são mulheres, em contexto de situações de violência de género ou por questões de género”, explicou.
“Estas 30 tentativas de assassínio em conjunto com as 20 mulheres que foram assassinadas por femicídio, estamos a falar, em 2024, de um total de 50 mulheres só nos primeiros 11 meses do ano, que sofreram atentados à sua vida, atentados ao seu bem-estar, motivadas por questões relacionadas com o género”, salientou Frederica Armada.
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