De acordo com Manuel Valente, estas medidas “não vão às questões de fundo”, fundamentais para melhorar a vida dos portugueses, como é o caso do aumento dos salários e das pensões.
Estas medidas são, na opinião deste dirigente do PCP, “pontuais e avulsas” e não resolvem as necessidades dos trabalhadores, uma vez que “não travam o empobrecimento, ou seja os pobres continuam a empobrecer, enquanto outros continuam a ter lucros colossais, nomeadamente os grandes grupos económicos e financeiros”.
Para Manuel Valente, o que o País e os trabalhadores precisam são de medidas de fundo “que respondam à realidade, que para muitos, já é insuportável”. Para o PCP, o importante é o “aumento geral dos salários e das pensões como uma medida de emergência, a fixação dos preços dos bens essenciais, a tributação dos lucros extraordinários”, entre outras.
A questão da redução do IVA, à margem da fixação do preços, “que o PCP há muito propõe e que tem sido recusada”, lembra Manuel Valente, poderá vir a constituir-se, ainda mais, numa receita pela via fiscal para os grandes grupos económicos e não em benefício das famílias.
Já o aumento de um por cento nos vencimentos dos trabalhadores da administração pública “o que consolida é a perda de poder de compra” destes trabalhadores. Para Manuel Valente também “não é com o aumento de 80 cêntimos no subsídio de alimentação que se alivia esta situação”.
Para este responsável, o País tem recursos, pelo que “era possível uma política diferente, que só não é feita porque o PS, que hoje tem uma maioria absoluta na Assembleia da República, continua amarrado aos interesses do grande capital”.
Manuel Valente remata, dizendo que “não esperem que os trabalhadores fiquem parados. O PCP também não vai ficar. (...) Só com a luta dos trabalhadores é que se pode travar estas políticas e criar condições para uma política alternativa”.
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