Com o Orçamento do Estado (OE) para 2023 em cima da mesa, surgem as propostas do Governo para o aumento dos salários, com sugestões pensadas até 2026, e as respostas dos sindicatos.
Com uma inflação na ordem dos 9,3 por cento, os trabalhadores do setor privado têm uma proposta de aumento de salários de 4,8 por cento e os do público de 8 por cento, para as remunerações mais baixas e de 2 por cento, para os que recebem, por mês, mais de dois mil e 600 euros. Os sindicatos, dos dois setores, dizem que as propostas ficam aquém do necessário e abaixo da inflação.
Para José Maria Pós-de-Mina, “as medidas anunciadas são insuficientes”, lembrando que “a escalada da subida de preços começou no final do ano passado, agravando-se no decurso de 2022”.
Acrescenta que “as formas de resolver estas questões propostas pelo Governo não afrontam os que aumentam de forma significativa as suas riquezas”. E neste sentido, frisa que “é preciso um outro olhar para os salários de quem trabalha, reformados e pensionistas”.
Termina sugerindo que “o OE para 2023 tenha previstos aumentos que ajudem a pagar a inflação de 2022 e a do próximo ano, que o Banco Central Europeu estima que se fixe nos 5 por cento”.
Não há certezas, ainda, quanto aos aumentos salariais, mas é um facto, que eletricidade e gás estão mais caros a partir deste mês. Quem for cliente da EDP Comercial vai passar a pagar pelo gás natural, em média, mais 30 euros mensais, acrescidos de cinco a sete euros de taxas e impostos, uma subida que a empresa justificou com a escalada de preços nos mercados internacionais, após um ano sem fazer atualizações de tarifário.
Juntando a tudo isto está o cabaz de bens alimentares essenciais, que a Associação de Defesa do Consumidor assegura já custar, ao bolso dos portugueses, 206 euros, registando esta semana um aumento, de 67 por cento, no preço da pescada fresca.
Esta semana, também, os combustíveis ficaram mais caros. Tanto o gasóleo como a gasolina registaram acréscimos de cerca de dois cêntimos, de acordo com os preços médios divulgados pela Direção-Geral de Energia e Geologia (DGEG).
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