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Saúde

COVID-19: Hospitais do Alentejo preparados para eventual “surto”

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COVID-19: Hospitais do Alentejo preparados para eventual “surto”


O mundo está com olhos postos no COVID-19, o novo coronavírus que apareceu pela primeira vez na China e que já se propagou a diversos países. Filomena Araújo, delegada de Saúde Pública da Região Alentejo, afirma que os profissionais e os hospitais estão preparados para responder aos casos que possam surgir.  António Franco, um bejense, treinador de futebol de uma equipa chinesa há cerca de 5 anos, acompanhou de perto o "drama" vivido em território Chinês.

Os coronavírus são uma “família de vírus” conhecidos há já muitos anos que podem causar doença no ser humano, a infecção pode ser semelhante a uma gripe comum ou apresentar-se como doença mais grave, como a pneumonia. No caso do COVID-19, os sintomas reportados por doentes infectados são habitualmente febre, tosse e dificuldade respiratória.

O novo vírus foi identificado na China, depois deste País, ter reportado, no final de 2019, à Organização Mundial da Saúde vários casos de doentes com pneumonia de causa desconhecida em trabalhadores e frequentadores do mercado de peixe, mariscos vivos e aves na cidade de Wuhan. O surto evoluiu rapidamente, para outras partes da China, assim como, para outros países da Ásia.

No Continente Europeu os primeiros casos foram confirmados em França, mas a Itália tem sido, até agora, o País mais afectado. Em Portugal depois de várias suspeitas, surgiram ontem, no Porto, os dois primeiros casos confirmados.

Filomena Araújo, delegada de Saúde Pública da Região Alentejo, afirma que em caso de suspeita, sobretudo pessoas que estiveram em Países onde,  são conhecidos casos e apresentem alguns sintomas, o primeiro passo que devem dar é ligar o 808 24 24 24, do outro lado da linha, há profissionais preparados para orientar e aconselhar sobre aquilo que deve ser feito.

Ainda segundo Filomena Araújo, uma pessoa pode não ter o COVID-19, mas pode ter um outro coronavírus ou até um outro vírus da gripe, porque nesta altura do ano há muitos vírus em circulação, por isso, torna-se importante a adopção de medidas simples de prevenção como por exemplo lavar bem as mãos com água e sabão várias vezes ao dia.

Filomena Araújo garante que os profissionais de saúde dos hospitais estão preparados e existem vários níveis de intervenção conforme a evolução da situação, ainda assim, se for de maior magnitude, os hospitais da região entram em acção para acompanhamento dos doentes. Para já os hospitais de referência, se surgir algum caso, são em Lisboa.

António Franco é um bejense, treinador de futebol de uma equipa chinesa há cerca de 5 anos, estava de férias em Portugal quando surgiram as primeiras notícias. Só depois quando regressou a território Chinês é que se apercebeu da dimensão do problema. António Franco vivia numa cidade a 600 km de Wuhan, com 5 milhões de pessoas e de “um dia para o outro” transformou-se numa cidade “fantasma”.

António Franco embora tenha vivido um clima de alguma insegurança, sentia que estava um quanto ao quanto “protegido”, por estar a algumas centenas de quilómetros da cidade onde tinham sido reportados os primeiros casos de COVID-19. Ainda assim o facto, do surto ter aparecido durante as comemorações do ano novo chinês não ajudou porque havia um grande número de migrações com pessoas a viajar entre províncias. António Franco comenta ainda as medidas tomadas e a situação de alarme e de pânico que se viveu, houve uma corrida aos supermercados e as pessoas fecharam-se em casa.

António Franco só deveria regressar da China em Abril, mas decidiu antecipar e está em Beja desde o final de Janeiro, como medida de precaução viajou com máscara e luvas. Esteve em casa durante duas semana para dissipar alguma dúvida que pudesse existir.

Jorge Torgal, médico e professor catedrático em Saúde Pública na Universidade Nova, veio recentemente a público a afirmar que relativamente ao COVID-19 “existe um pânico completamente desproporcional à realidade” e que “é menos perigoso do que o vírus da gripe”. Acrescentou que as “as vítimas mortais de que se conhece o historial tinham processos clínicos complicados” e que “mais grave foi o H1N1, com mortalidade muito elevada e mesmo assim foi controlado”.



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