"Em comparação com o cenário sem crise, 400 mil novos indivíduos caíram abaixo do limiar de pobreza, definido como 60% do rendimento mediano equivalente, aumentando a taxa de risco de pobreza em 25% como consequência da pandemia de covid-19", concluiu o estudo do Observatório Social da Fundação "la Caixa", da autoria do Center of Economics for Prosperity (PROSPER) da Universidade Católica de Lisboa.
Realçando que não conhece o estudo em causa de forma aprofundada, Miguel Bento, comentador da Voz da Planície para a área social, frisa que “os resultados apurados dão conta de um aumento de 25%, num ano, de situações de pobreza”, que na sua perspetiva dizem respeito “às pessoas que estão na cauda da tabela salarial em Portugal.
Segundo o documento, “as medidas”, aprovadas em Assembleia da República, “minimizaram em parte o aumento da pobreza e da desigualdade”. Neste contexto Miguel Bento releva, ainda, o facto, deste estudo colocar a nu, igualmente, “uma tendência que já se fazia sentir”, e que diz respeito “ao aumento de casos de pessoas que continuam em situação de pobreza, mas que trabalham”. Na sua opinião “esta situação prova que o aumento do salário mínimo é uma urgência”.
Com este estudo fica evidente que a covid-19 "teve efeitos assimétricos", uma vez que “as classes baixa e média-baixa, a região do Algarve e as pessoas com escolaridade até ao nono ano foram os grupos mais afetados por esta crise, com perdas claramente acima da média nacional". De acordo com o estudo, “a maior parte das pessoas mais afetadas pela crise já se situava na metade inferior da distribuição de rendimento no cenário sem crise, o que fez com que aumentasse a desigualdade.”
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