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Sociedade

Comunidades ciganas dizem que “discriminação tem vindo a aumentar no Alentejo”

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Comunidades ciganas dizem que “discriminação tem vindo a aumentar no Alentejo”

Comunidades ciganas nos concelhos de Beja, Moura, e Serpa “vivem abaixo da dita dignidade humana”. Habitação e emprego são os maiores problemas que estas comunidades enfrentam.

O presidente da Associação de Mediadores Ciganos de Portugal (AMEC), Prudêncio Canhoto, afirma que "a discriminação tem vindo a aumentar no Alentejo, muito por culpa do partido Chega” - segundo reportagem publicada pelo Diário do Alentejo.

E o presidente da mesa do conselho geral do Núcleo Distrital de Beja da EAPN/Rede Europeia Anti-Pobreza, João Martins, considera, por sua vez, que “o sentimento de exclusão aumenta” numa “comunidade que observa dificuldades no acesso ao trabalho e à habitação e constata a radicalização de alguns setores no que concerne à defesa de que a subsidiodependência deve ser banida das políticas sociais europeias”.

A discriminação sente-se em vários domínios, nomeadamente, na procura de emprego e de casa. Mas a questão da habitação “é um dos maiores problemas da comunidade cigana” a nível nacional e o distrito de Beja não é exceção pois “há cada vez mais barracas”, no bairro das Pedreiras, localizado nas imediações da cidade. No total, entre as cerca de 80 barracas e as 50 casas de tipologia T2 existentes, viverão, atualmente, “entre 800 e 900 pessoas” no bairro”. e existe “uma única torneira de água no exterior” que abastece “entre 400 e 500 pessoas”.

A falta de condições em bairros de barracas existentes nas cidades de Moura e Serpa e também na localidade de Pias “são coisas que se vão agravando e se ninguém olhar para isso as coisas vão piorando. O poder central tem de olhar para estas situações e falar com as câmaras para que possam ser resolvidas”.

Segundo o Mapeamento das Comunidades Ciganas do Distrito de Beja, levado a cabo pela AMEC com o apoio do Núcleo Distrital de Beja da EAPN, em julho de 2018 viviam, no distrito de Beja, 3.666 cidadãos ciganos, o que representava 2,4 por cento do total de habitantes no território nacional. Comparativamente ao estudo de caracterização da população cigana realizado em 2010 pelo Centro Distrital de Segurança Social, em oito anos (2010-2018) a população de etnia cigana registou um aumento de 79 por cento.

Em Moura, Serpa, Vidigueira e Cuba, por exemplo, havia igual número de casas e de barracas. Quatro anos volvidos, João Martins salienta que em Castro Verde, Alvito e Vidigueira observou-se “alguma melhoria” nas condições habitacionais, “contudo, e de forma geral, o aumento da comunidade, com a consequente formação de novas famílias, muitas das quais sem acesso à habitação, fez com que proliferassem mais barracas”.

Perante o diagnóstico da pobreza e exclusão social no distrito de Beja, João Martins lembra que o núcleo de Beja da EAPN elaborou um documento “que sugere várias medidas e ações concretas” e que foi submetido à Comissão de Coordenação e Desenvolvimento Regional do Alentejo e às comunidades intermunicipais do Baixo Alentejo e do Alentejo Litoral. "Entre as propostas de intervenção mais específicas para a comunidade cigana constava a criação de uma estrutura associativa intermunicipal para dar resposta aos problemas habitacionais; campanhas distritais de sensibilização para combater a discriminação e o racismo, com o envolvimento dos atores sociais; promoção do emprego das comunidades ciganas; apoio ao associativo cigano; e implementação de dois projetos-piloto no distrito, em Beja e Moura, à semelhança do projeto de Luta Contra a Pobreza, com principal foco na habitação e no emprego”. 


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