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Chuvas de dezembro afastaram seca e Alqueva encheu até 70 por cento da sua capacidade

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Chuvas de dezembro afastaram seca e Alqueva encheu até 70 por cento da sua capacidade

Luís Mestre, da MeteoAlentejo, Rui Garrido, da Associação de Agricultores do Sul, e José Pedro Salema, da Empresa de Desenvolvimento e Infraestruturas do Alqueva, analisam os efeitos das chuvas de dezembro nos solos e barragens do Alentejo.

“No distrito de Beja, durante este mês de dezembro, tem-se assistido à passagem de sucessivas depressões, permitindo que a chuva caia. Nalgumas localidades já se ultrapassaram os 100 milímetros de acumulação e isso tem consequências positivas, como a boa absorção do solo das águas pluviais”, assegura Luís Mestre, da MeteoAlentejo - Associação de Meteorologia.

Luís Mestre adverte, contudo, para o facto “da concentração de chuva estar, essencialmente, no Norte do Alentejo, em Portalegre, onde lençóis freáticos e barragens já atingiram níveis significativos”. Acrescentou que “os níveis de precipitação mais a Sul do Alentejo foram mais baixos”.

Os agricultores têm-se debatido, nos últimos tempos, com as questões da seca e a Voz da Planície falou com Rui Garrido, da ACOS - Associação de Agricultores do Sul, para perceber se as chuvas de dezembro deixaram os "homens da terra" mais tranquilos, no que se refere ao ano agrícola em curso.

Rui Garrido deixou claro que “este ano agrícola nada tem a ver com o anterior pois há pastagens, pequenas barragens cheias, barrancos que já se ouvem correr, factos que afastam o espetro da seca”. Falta, contudo, aponta Rui Garrido, “encher grandes barragens e subterrâneos, dado que a concentração de água ficou mais a Norte do Alentejo”.

Quanto às perspetivas para o presente ano agrícola, Rui Garrido diz que “está dependente dos fatores de produção e destes custos aumentarem, ou não, nos próximos tempos. É preciso esperar e ver como tudo vai correr até porque, os agricultores vão ter que continuar a semear e a produzir, para bem de todos e da soberania alimentar”.

A seca que se viveu nos últimos tempos afetou a produção agrícola, assim como o uso deste “bem precioso”, que é a água, para o consumo doméstico. Neste sentido, a nossa estação ouviu José Pedro Salema, presidente do Conselho de Administração da Empresa de Desenvolvimento e Infraestruturas do Alqueva (EDIA), para conhecer os níveis de reserva que tem Alqueva, a esta altura, e para perceber que água temos disponível, num futuro próximo, para a agricultura e as casas dos alentejanos.

José Pedro Salema revelou que Alqueva está a receber muita água e frisa que "das cheias em Campo Maior e da Bacia de Badajoz entraram no Guadiana dois mil e 500 metros cúbicos de água, a cada segundo, o equivalente a uma piscina olímpica, aumentando bastante a reserva da grande barragem”.

"Alqueva registou, até às 08h00 do passado dia 14, uma subida de dois metros e encaixou 350 milhões de metros cúbicos de água, o que equivale à mesma quantidade de água distribuída para regadio durante 2022”. Ou seja, sistematizou José Pedro Salema, “em 13 dias foi recuperada toda a água entregue para fins agrícolas e prevê-se reservar, nos próximos, muita mais”.

“Alqueva já tem garantida, a esta altura, 70 por cento da sua capacidade de reserva de água”, assegura José Pedro Salema. Deixou, ainda, uma palavra de “solidariedade para todos os que sofreram com os resultados de inundações no País, consequências da muita, forte e concentrada, pluviosidade, nalgumas regiões”, mas referiu, também, que “para Alqueva é um momento de satisfação pois permite reservar o máximo de água agora, para depois, quando não houver, poder ter para distribuir”.


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