“Apesar das estatísticas dizerem que a taxa de risco de pobreza tem vindo a descer nos últimos quatro anos, a pobreza continua a ter em Portugal uma dimensão preocupante, revelando-se como um fenómeno persistente que afeta uma parte considerável da população e, de modo crescente, a população empregada", destaca a central sindical. E Maria da Fé Carvalho, da União dos Sindicatos do Distrito de Beja (USDB), estrutura afeta à CGTP, deixa dados referentes ao que se passava antes da pandemia, frisando que tudo se agravou, entretanto.
Os dados estatísticos dizem, igualmente, que “a pobreza laboral aumentou significativamente em 2018, 10,8% dos trabalhadores estava em risco de pobreza, o que significa que uma em cada 10 pessoas que trabalham são pobres. Também o risco de pobreza entre os desempregados aumentou, fixando-se nos 47,5%", salienta, ainda, a CGTP. E por isso mesmo, são várias as medidas que a CGTP pede que sejam tomadas no sentido de estancar o aumento do desemprego. Pede o aumento geral dos salários, um significativo aumento do salário mínimo nacional e a melhoria das prestações sociais, com destaque para o alargamento do acesso e do aumento dos valores das prestações de desemprego, e em geral dirigindo mais apoios sociais para os trabalhadores e as famílias. Pede, ainda, medidas para evitar um aumento da pobreza através do alargamento da proibição de despedimentos e de todas as formas de cessação de contratos de trabalho em empresas que recebam qualquer tipo de apoio do Estado, de modo a estancar a subida do desemprego, tal como explica, também, Maria da Fé Carvalho.
“Indicadores preocupantes que se juntam aos da pandemia que fez aumentar o desemprego, os despedimentos em massa sobretudo de trabalhadores com vínculo precário e milhares de outros com os rendimentos substancialmente reduzidos devido à suspensão do seu contrato de trabalho ou à redução do tempo de trabalho ('lay-off' e sucedâneos)”, refere, ainda, a CGTP.
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