A indicação foi dada pelo inspetor-geral da Autoridade de Segurança Alimentar e Económica (ASAE), Pedro Portugal Gaspar, que falava numa conferência de imprensa, no Ministério da Economia e do Mar, em Lisboa. Estes valores representam um aumento de 28,76 por cento.
O cabaz da ASAE é composto por bens essenciais, nomeadamente peixe, carne, legumes, frutas, massas, arroz, azeite, óleo, ovos açúcar, leite, pão e farinha.
Segundo os dados avançados na mesma conferência de imprensa, a ASAE realizou, desde o segundo semestre de 2022, mais de 960 ações de fiscalização e já iniciou uma nova operação, em todo o País, com as suas 38 brigadas.
“Os dados apresentados pela ASAE, dando conta de margens de lucro na ordem dos 50 por cento, em alguns produtos agrícolas, confirmam uma situação que há muito a Confederação Nacional da Agricultura (CNA) tem denunciando e para a qual tem exigido uma solução urgente.
Perante os dados, não será de estranhar que a inflação nos produtos alimentares se mantenha acima dos 20 por cento, mesmo quando a inflação geral está nos 8,2 por cento. Mas se hoje grande parte da população tem enormes dificuldades financeiras para pôr comida na mesa, não são os agricultores que estão a tirar proveitos, muito pelo contrário.
Se tivermos em conta que o rendimento dos agricultores desceu 11,8 por cento em 2022, segundo o Instituto Nacional de Estatística (INE), por não conseguirem escoar a produção a preços justos e capazes de compensar os aumentos dos custos de produção, não é preciso fazer grande exercício para saber quem fica com a fatia de leão. Basta olhar para os crescentes lucros milionários – e escandalosos – das empresas da distribuição de alimentos”, avança o comunicado enviado à nossa redação, da CNA.
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