“Já passaram aqui largas centenas de alunos” para aprender a tocar viola campaniça, disse hoje à agência Lusa o coordenador do CVVCCI, Pedro Mestre.
Segundo o responsável, o trabalho do centro é desenvolvido junto dos alunos do 1.º ciclo do ensino básico, mas também em horário pós-laboral.
Ou seja, “são cerca de três centenas” os alunos com os quais se trabalha “todos os dias a viola campaniça e o cantar acompanhado à viola campaniça”, precisou.
Criado em 2017, o CVVCCI resulta de um consórcio entre a Câmara de Odemira, Junta de Freguesia de São Martinho das Amoreiras, Casa do Povo de São Martinho das Amoreiras e Associação para o Desenvolvimento de Amoreiras-Gare.
O projeto tem como objetivo garantir a salvaguarda e a promoção deste património cultural, através da divulgação e ensino da viola campaniça, do cante de improviso e da poesia popular.
Para tal, e além do ensino nas escolas, são dinamizadas aulas de toque da viola campaniça nas localidades de São Martinho das Amoreiras, Sabóia, Colos, São Teotónio, Bicos, Santa Clara-a-Velha e Luzianes-Gare, todas no concelho de Odemira.
O CVVCCI promove ainda uma oficina de construção de violas campaniças e aulas de cante de improviso em São Martinho das Amoreiras.
É nesta aldeia do interior do concelho que acabam de ser inauguradas as novas instalações do centro, num investimento de cerca de 1,1 milhões de euros, concretizado pela câmara, com apoio de fundos comunitários.
O novo espaço dispõe de uma área de exposição, onde estão patentes vários exemplares de viola campaniça e objetos ligados ao cante de improviso, assim como fotografias e um breve historial de diversos tocadores e cantadores.
No piso inferior encontra-se uma ‘tasca’, que será utilizada para ensaios, mas também para atividades e apresentações ao público.
“É um espaço que complementa aquilo que acontece um pouco por todo o concelho, que é o ensino da viola campaniça e também um trabalho ao nível do cante de improviso”, destacou à Lusa o presidente do Município de Odemira, Hélder Guerreiro.
De acordo com o autarca, o novo espaço “tem duas valências muito importantes”, a começar por “uma componente histórica que permite, de alguma forma, ver e fruir aquela que é a história da viola campaniça, quem foram os construtores, os tocadores e os cantadores”.
“E, depois, no piso de baixo, temos a tasca, o espaço que, de alguma forma, é o ‘ecossistema’ da viola campaniça e do cante de improviso”, acrescentou.
Para Hélder Guerreiro, o novo espaço do CVVCCI permite dar continuidade à “nova vida” que “jovens e muito jovens tocadores estão a dar à viola campaniça”.
“O próprio instrumento vive e irá renovando-se a si próprio à medida que se for adaptando a novas sonoridades”, afiançou.
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