Embora os resultados divulgados, recentemente, pelo INE, sejam preliminares e referentes aos últimos 10anos, há análises que podem ser feitas e mesmo, frisando, não ser especialista em demografia, Miguel Bento deixou algumas leituras sobre o presente e o futuro do Interior perante os dados agora divulgados.
Para Miguel Bento, “o emprego é determinante para a fixação das pessoas nos territórios e os dados dizem isto, quando se vê que a diminuição de população em Aljustrel e Castro Verde foi a menor no distrito de Beja, pois aqui há infraestruturas para garantir postos de trabalho”. Já “o caso de Barrancos onde a perda foi superior a 21% não se pode comparar com nenhum outro concelho pois é um caso particular”, acrescentou.
“O concelho de Beja sofreu uma perda de praticamente 7%, ficando imediatamente a seguir a Portalegre, quando se olha para as capitais de distrito”. Isto significa, na opinião de Miguel Bento, que “há investimentos, como é o caso do Alqueva, que não têm conseguido estancar as saídas do território ou contribuir para a fixação de pessoas”.
“A diminuição da população é transversal a todo o Interior do país”, relevou Miguel Bento, e “tem-se acentuado nalguns territórios que fazem fronteira com Espanha”. E há várias causas, segundo Miguel Bento para esta evidência, começando nas “dinâmicas económicas, especialmente as agrícolas que não têm resultado, assim como o desaparecimento progressivo de serviços, em particular nas áreas da saúde e da segurança”. Para solucionar esta tendência “é preciso uma estratégia nacional concertada de combate ao despovoamento” e Miguel Bento explica como.
“Mas o poder local também tem um papel importante nesta matéria”, diz Miguel Bento e esclarece quais as respostas locais que podem ser dadas e que ajudam a estancar esta tendência, nomeadamente “nas áreas da habitação, emprego, saúde e das políticas sociais que contribuam para a fixação de jovens neste território”.
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