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Ambiente

Zero alerta para preservação de abetardas e águia-caçadeira, em zonas protegidas

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Zero alerta para preservação de abetardas e águia-caçadeira, em zonas protegidas

Foto: Facebook Castro Verde Biosfera

A ceifa de aveia, autorizada e a decorrer, nas Zonas de Proteção Especial (ZPE) para preservação de aves estepárias, vai causar uma “chacina” de pequenas crias de abetarda e águia-caçadeira, denunciou a associação ambientalista Zero.

“Os agricultores beneficiários de apoios agroambientais estão autorizados, a partir de hoje, a ceifar aveia, o cereal de sequeiro mais cultivado nestas áreas classificadas integradas na Rede Natura 2000. Esta situação induzirá uma verdadeira chacina das pequenas crias de abetardas e de águia-caçadeira”, escreve a Zero, em comunicado.

As aves estepárias são um grupo de aves que “dependem de sistemas agrícolas associados à rotação cereal-pousio”, entre as quais a abetarda, o alcaravão, a águia-caçadeira, os cortiçóis-de-barriga-branca e os de barriga negra, o francelho ou o sisão.

Segundo a Zero, a gestão efetuada pelos agricultores nas ZPE, que resulta numa combinação entre produção de feno para alimentar o gado e a produção de cereais criou “uma armadilha fatal que inviabiliza o sucesso reprodutivo” destas espécies, principalmente da abetarda e da águia-caçadeira.

Os ambientalistas explicam que ao permitir o corte do feno em maio, “contribui-se para a eliminação das crias de abetarda”, que abandonam o ninho pouco tempo após nascerem, mas só mais tarde conseguem voar, assim como das crias de águia-caçadeira, que, ainda, estão no ninho nesse período.

Como estas espécies têm capacidade para realizar uma segunda postura, em caso de insucesso da primeira, procuram as áreas de cereal disponíveis para nidificar e, ao antecipar-se o corte dos cereais para junho, “as segundas posturas são totalmente destruídas”.

Segundo a associação, as datas são decididas pelas Estruturas Locais de Apoio, “compostas por organismos públicos, representantes dos agricultores e organizações não-governamentais de ambiente”, mas “prevalece a vontade dos agricultores” por estarem em maioria nestas estruturas.


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