Os vereadores da CDU recordam que “em 2019 a maioria PS na Câmara Municipal de Beja já tinha levado a cabo um aumento exponencial na fatura da água, por via da componente de saneamento.” Em relação a “este novo aumento por via da componente da tarifa de resíduos sólidos urbanos (indexada ao consumo de água), verifica-se uma total falta de sensibilidade do executivo PS, principalmente numa altura difícil para todas as famílias que em pleno período de pandemia e de estado de emergência com confinamento obrigatório, se deparam, naturalmente, com inevitável aumento de consumo, ou ainda os micro e pequenos empresários que se vêm privados em parte ou totalmente das suas fontes de rendimentos e que é esta a «ajuda» que recebem por parte da autarquia, um aumento completamente desajustado e extemporâneo”. As declarações são do vereador Vítor Picado.

Dizem, ainda, os vereadores da CDU ser “fundamental que a aplicação da tarifa social da água para todos os consumidores se efetivasse o mais rapidamente possível até porque esta medida, várias vezes apresentada em reunião de câmara (nunca aceite pelo executivo PS), foi aprovada por maioria, na Assembleia Municipal de 28 de setembro de 2020, continuando o PS na Câmara Municipal a não desenvolver os procedimentos necessários para que a mesma seja uma realidade e a não respeitar as deliberações” deste órgão. As palavras são, igualmente, do vereador da CDU Vítor Picado.

“Os eleitos da CDU na Câmara Municipal de Beja vão continuar a apresentar medidas que possam contribuir para a minimização dos efeitos negativos do Covid19 junto das famílias e das micro, pequenas e medias empresas, procurando ativamente dar resposta aos seus anseios e preocupações”, sublinhou, também, Vítor Picado.

Em declarações à Voz da Planície, o presidente da Câmara disse que “até dezembro de 2020, a autarquia pagou à Resialentejo 210 mil euros do lixo que vai para aterro, valor suportado em 60% pelo Município e 40% pelos munícipes”. Avançou que “o valor duplicou, em janeiro deste ano, por imposição explanada em decreto-lei”, referindo o mesmo, situação que, nas palavras de Paulo Arsénio, “obrigou ao aumento do tarifário em causa”, explicando que “será entregue pela autarquia, em 2021, 40% deste novo valor, 170 mil euros, e 60% sairá do que é cobrado aos munícipes”. Prossegue revelando que “terá de ser construído um novo aterro, no valor de 2 milhões de euros e que a autarquia vai pagar, em 2021, 193 mil euros para esta 1ª fase de construção, dos seus cofres”. Frisou que “aumentos não são desejados por ninguém” e que o aumento em causa “é por estes motivos”.

Esclareceu, Paulo Arsénio, que a taxa em causa “é cobrada pela EMAS, que entrega o valor na totalidade ao Município para que a Câmara o possa pagar depois, na íntegra, à Resialentejo”.

Quanto à aplicação da tarifa social da água, Paulo Arsénio confirmou ter sido “aprovada uma moção, na Assembleia Municipal” a que os vereadores da CDU se referem, “a recomendar esta aplicação”. Avançou, o presidente da Câmara que “a proposta da CDU não explicava, nem sugeria, onde se poderia financiar o dinheiro não cobrado”, que “esta possibilidade não está fora de hipótese”, mas que “está a ser avaliada pela EMAS de Beja, não estando ainda concluídos os cálculos”.