Isaurindo Oliveira, presidente da Cáritas Diocesana de Beja, explicou à Voz da Planície que “foram atendidos migrantes nacionais e internacionais, com problemas complicados para resolver”, frisando que este atendimento “é apenas um trabalho preliminar para depois se prosseguir”.
Na conferência realizada o objetivo era “abordar uma reflexão em torno dos desafios que estão colocados à sociedade, sobretudo ao nível de organismos públicos, para responder à realidade das pessoas em situação de sem abrigo no concelho de Beja”.
No balanço que considerou “positivo”, Isaurindo Oliveira realçou que se conseguiu trazer “para cima da mesa” este tema, mas que “ficou muito ainda para perceber nesta problemática”.
Segundo dados divulgados, publicados no portal da Estratégia Nacional para a Integração de Pessoas em Situação de Sem-Abrigo, grande parte da população sem abrigo concentra-se na área metropolitana de Lisboa, contudo, por cem mil habitantes, a situação mais preocupante é no Alentejo, nos concelhos de Alvito e Beja que têm, respetivamente, 11,35 e 9,72 pessoas por cem mil habitantes, em situação de sem-abrigo.
No concelho de Beja, em 2020, tendo por base os atendimentos dos diferentes serviços internos da Cáritas Diocesana de Beja, foram sinalizadas um total de 88 pessoas em situação de sem-abrigo, das quais 32 são pessoas em situação de “sem teto” (que vivem no espaço público ou em abrigo de emergência), 49 são pessoas em situação de “sem casa” (que vivem em alojamento temporário) e 7 são pessoas em elevado risco de ficar em situação de sem-abrigo”, revela a Cáritas.
A Cáritas lembra as repostas que tem disponível neste âmbito. Tem no terreno o projeto com o nome “Estou Tão Perto que Não Me Vês”, que iniciou em janeiro de 2022, que visa o atendimento, acompanhamento e integração desta população contribuindo para o reforço de uma intervenção promotora da integração das pessoas com vulnerabilidade ou de risco e pessoas em situação de sem-abrigo no concelho de Beja.
Entre outras respostas, a Cáritas está a constituir um equipa de rua, que presta apoios às pessoas que se encontram na rua, promovendo campanhas de prevenção contra os incêndios, vagas de frio e de calor, identificação de problemas de saúde e de comportamentos aditivos e acompanhamento ais diversos serviços em caso de necessidade.
Também tem disponível o “Drop In” na Casa do Estudante, no espaço “estórias”, que integra um serviço que fornece apoio ao nível da alimentação, higiene e tratamento das roupas, medicação assistida e cuidados de saúde primários e pessoas em situação de sem-abrigo. É igualmente um local para prestação de apoio psicológico e social, e que permite a estas pessoas iniciarem o seu percurso de encaminhamento para outras respostas e serviços.
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