“Com os bens alimentares, energia e combustíveis mais caros, a Cáritas de Beja percebe, nos diversos programas alimentares que tem no terreno - um deles suportado pela Segurança Social de Beja, mantendo-se neste caso as 704 pessoas que serve -, que há mais procura deste tipo de ajuda, junto da instituição, na cantina e refeitório social”, revelou, em entrevista à Voz da Planície, Isaurindo Oliveira.
O presidente da instituição fala em “mais 15 por cento de procura nas refeições fornecidas na cantina e refeitório social”, acreditando que são imigrantes que solicitam este auxílio.
“Onde se verifica o problema da subida de preços”, sublinha Isaurindo Oliveira, “é na aquisição de bens alimentares para a cozinha, que faz agora, igualmente, mais 40 refeições para os timorenses que a instituição está a acolher.
Há mais refeições para fornecer, mas o dinheiro é o mesmo”, assegura, dizendo que “os parceiros que ajudam, e que também não aumentaram, deparam-se, igualmente, com as consequências do aumento do custo de vida".
No caso da Cáritas, “com o acréscimo de refeições, as despesas com eletricidade e gás são maiores e as dificuldades aumentaram”, reconhece Isaurindo Oliveira, garantindo que “a qualidade não diminuiu”, mas adiantando que “a solução pode passar por diminuir a quantidade que é fornecida e que isso vai acabar por acontecer”.
A juntar a todas as pessoas a que esta entidade já responde, e são muitas, a Segurança Social de Beja pediu à Cáritas para dar resposta, em alojamento e comida, aos 40 timorenses que vieram para o concelho e que não tinham como gerir as suas vidas, a estes níveis, pois ficaram desalojados quando chegaram a Cabeça Gorda.
“A solução foi colocá-los no edifício da Casa do Estudante e em camas de campanha cedidas pela Cruz Vermelha, assim como a fazer a sua alimentação no refeitório da Cáritas Diocesana de Beja”, explicou Isaurindo Oliveira.
“O edifício da Casa do Estudante tem um projeto, que foi aprovado na passada semana, no âmbito do Plano de Recuperação e Resiliência (PRR), com financiamento destinado à recuperação de edifícios para alojamento social, que a instituição quer concretizar, mas no imediato responde às necessidades de alojamento dos 40 timorenses que, de acordo com o protocolo celebrado com a Segurança Social de Beja, deverão ficar neste espaço até final de outubro ou mais tempo, até as suas situações estabilizarem”, sistematizou o presidente da Cáritas.
“Há várias entidades envolvidas na resolução dos problemas destes 40 timorenses e a população acolhida oscila, mediante o seguimento que algumas instituições conseguem dar". Mas a Cáritas, garante o seu presidente, “percebe que há um determinado número de pessoas que se mantém e nestes casos vai tentar, através do programa de ajuda aos sem abrigo, trabalhar a melhoria das suas competências, que passam, entre outros aspetos, pela aprendizagem da língua, no sentido de os auxiliar na integração no mercado de trabalho”.
“Com tantas respostas para dar, para continuar a ajudar a Cáritas também precisa de apoios”, avançou Isaurindo Oliveira, deixando claro que o “fundo de emergência da instituição está praticamente a zeros.”
“Alimentos e dinheiro são as necessidades mais prementes”, revelou. E neste contexto sublinhou que “quem quiser ajudar pode fazê-lo diretamente nas instalações da Cáritas de Beja, ou através da conta bancária destinada aos donativos que pode encontrar no Site da instituição. Se não conseguir entregar os alimentos na instituição é possível ir levantá-los ao local que for indicado”.
Há outras formas, ainda, de ajudar a Cáritas Diocesana de Beja. Isaurindo Oliveira recordou que se pode sempre “ser voluntário” e que “a instituição precisa de mais pessoas com disponibilidade para ajudar”. Deixou mesmo a sugestão de se dirigirem à instituição “pessoas disponíveis para ensinar português”.
"A Cáritas Diocesana de Beja garante a seriedade de uma instituição que divulga como são encaminhadas as ajudas e que as faz chegar a quem mais precisa", assegurou, ainda, o presidente Isaurindo Oliveira.
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