Segundo as “Previsões Agrícolas”, em 31 de maio, do INE, num ano agrícola “novamente marcado pela seca que atinge 99,9 por cento do território do continente, dos quais 35,2 por cento em seca severa ou extrema (praticamente todo a Sul do Tejo)”, a campanha cerealífera de outono/inverno “deverá ser das piores, devido ao decréscimo das áreas e às reduzidas produtividades”.
De acordo com o instituto estatístico, também as pastagens e forragens foram “consideravelmente afetadas” pela seca, sendo as disponibilidades forrageiras “insuficientes para assegurar a alimentação de muitos efetivos pecuários a Sul do Tejo”, o que resulta num “aumento na procura de alimentos conservados num cenário de escassa oferta, com os preços a duplicarem face a 2022”.
Assim, a produção dos prados, pastagens e culturas forrageiras regista quebras na ordem dos 50 por cento no Alentejo, face a 2022, ano em que a produção forrageira tinha também já sido muito condicionada pela seca, com um decréscimo de aproximadamente de 30 por cento, relativamente a um ano normal.
Devido a estas dificuldades, o INE refere que “alguns produtores estão a optar por reduzir o efetivo reprodutor, havendo mesmo casos de abandono da atividade no Baixo Alentejo e Algarve”.
Já a norte do Tejo, “as perspetivas são menos preocupantes para a atividade agropecuária”, uma vez que os prados, pastagens e culturas forrageiras apresentam “um melhor desenvolvimento vegetativo", estando a suplementação com alimentos grosseiros armazenados e/ou alimentos concentrados "mais próxima dos parâmetros normais”.
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