"As imagens falam por si: as cinzas cobrem grande parte do território e podem tornar-se uma ameaça com as chuvas de outono, sobretudo nas zonas escarpadas do interior. A vida teima em ressurgir, mas as dificuldades saltam à vista, sobretudo nas explorações agrícolas familiares (as estufas à beira-mar não foram afetadas), nas habitações dispersas e até em unidades turísticas que privilegiam o contacto com a natureza e a preservação ambiental. A solidariedade entre vizinhos, incluindo muitos imigrantes que aqui habitam, foi essencial no combate ao fogo e para garantir a subsistência nos dias seguintes. Os prejuízos calculados pelas autarquias ultrapassam 15 milhões de euros e os apoios estão prometidos pelo Governo para outubro. Exige-se equidade, para que o dinheiro não vá parar aos bolsos da meia dúzia do costume – o que é bastante provável, pois já há quem reclame um milhão de euros", frisa o documento.
"Ainda em Odemira é preocupante o nível de armazenamento das barragens de Corte Brique (33,4 por cento) e Santa Clara (31,8 por cento) – dados de Agosto 2023 – tanto mais que a gestão deste recurso escasso na bacia do Mira está nas mãos duma Comissão Administrativa nomeada pelo Ministério da Agricultura e Alimentação (MAA), onde pontifica Filipe de Botton, proprietário da Logofruits; tendo esgotado em junho a dotação máxima de 1.800 m3 de água por hectare, decidiu atribuir-se a si próprio e aos beneficiários do Mira mais mil m3 por hectare", é sublinhado também.
"O BE manifesta o seu empenho na luta por uma transição energética justa e pela gestão transparente de milhões de euros do Fundo de Transição Justa, com a participação das organizações representativas dos trabalhadores e das associações ambientalistas, de forma a garantir: a criação de novos empregos, sem perda de rendimentos para os trabalhadores afetados pelo encerramento da Central Termoelétrica de Sines; o apoio exclusivo a projetos e indústrias ambientalmente limpas; a produção pública de energia renovável e a mobilidade suave sob gestão municipal. Em nome dessa transição não poderemos aceitar medidas lesivas do meio ambiente, tais como o abate de mais 1.800 sobreiros numa região já tão sacrificada pelas culturas intensivas", é adiantado.
"A perda de rendimentos, muito acima dos números oficiais da inflação, castiga salários e pensões e traz à luta milhares de trabalhadores, desde o setor privado à saúde e à educação, das autarquias e até da comunicação social, onde a precariedade é regra. A qualidade dos serviços públicos degrada-se por ação e omissão da maioria absoluta PS, sendo a abertura do ano escolar uma das piores dos últimos anos, com milhares de alunos sem professores em todas as disciplinas. A subida constante das taxas de juro imposta pelo Banco Central Europeu (BCE) tornou a habitação um direito cada vez mais inacessível, fazendo disparar as prestações à banca e o valor das rendas. As barracas estão de volta. É o mercado a funcionar… dirão os adeptos do neoliberalismo, a que o Governo PS se rendeu. Mas o povo, que sofre na pele este flagelo, não se conforma. A luta por uma habitação digna e acessível é hoje uma prioridade e vai sair à rua nas manifestações de 30 de setembro", pode ler-se no documento, igualmente, no documento do Bloco.
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