A ideia foi de Clemente Tsamba, um moçambicano com fortes ligações a Beja e surgiu numa altura em que “se está mais atento aos imigrantes e à sua inclusão”, frisou. Cresceu e já “conta com um conjunto alargado de parceiros”.
Clemente Tsamba é ator, artista e criador, nascido em Maputo, capital de Moçambique e, desde cedo que participa em projetos relacionados com as artes performativas. É monitor de oficinas com crianças e jovens, apaixonado pelo teatro inspirado na tradição dos contadores de história.
O mentor confidenciou
à Voz da Planície que pensou nesta possibilidade quando decidiu candidatar-se
ao mestrado teatro/comunidade e que para apresentar a candidatura criou a
Associação “Chamadarte”.
O Bejacolhe foi
aprovado e escolhido no âmbito do programa “Bairros Saudáveis”. Conta, também, com
o apoio da Associação Solidariedade Imigrante (SOLIM) e das duas uniões de
freguesias da capital de distrito.
“A arte é o
elemento comum a todas as atividades/iniciativas previstas no Bejacolhe”. Mas
este é um projeto que “para além de explorar as mais variadas formas de arte - desde
as performances, as artes plásticas, o teatro, a poesia, a criação de figurinos
- também tem as matérias da saúde, corpo e mente nas intervenções que pretende
por em prática.”
Clemente Tsamba
explica o que é o Bejacolhe e a forma como vai envolver a comunidade imigrante
e local, fomentando a inclusão através da arte.
Uma boa parte das
atividades que o Bejacolhe contempla vão ser feitas no espaço “Ponto do Encontro”, que está a ser desenvolvido e qualificado para tal. Clemente Tsamba
esclarece, contudo, que o projeto vai poder perceber-se, igualmente, em vários
pontos da cidade até porque está previsto intervir em muitos espaços,
especialmente no centro de Beja onde residem muitos imigrantes.
As atividades vão
ser desenvolvidas em tempos diferentes: permanentes, semanais, mensais de dois
em dois meses e perspetivam, entre muitas outras ideias, a construção de
instrumentos a partir de materiais recicláveis, peças de teatro, sessões de
poesia.
Iniciativas como
debates, sessões temáticas, o evento Os Sabores do Mundo em Julho também estão
programados, assim como uma forte intervenção junto dos mais velhos e dos mais
novos, sempre na perspetiva da inclusão.
O “Ponto do Encontro” está a ser finalizado para começar a mostrar já em março o projeto
Bejacolhe.
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