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Barragem do Alqueva 20 anos a encher

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Barragem do Alqueva 20 anos a encher

Num período de seca “extrema”, a sul do Tejo, assinalar o enchimento, há 20 anos, do “oásis no Alentejo”, assume particular importância. A barragem do Alqueva leva água à casa de 250 mil alentejanos, rega 130 mil hectares e perspetiva beneficiar mais 20 mil. Emprego e fixação de população são, contudo, perspetivas que continuam por cumprir.

Se houve alturas em que o modelo de construção da barragem do Alqueva foi questionado, hoje - perante os períodos de seca que o território tem enfrentado e vivendo agora mais um - pode dizer-se que o facto, de ser de grande armazenamento permite receber as águas das chuvas, retê-las e ficar com capacidade, durante longos períodos sem precipitação, para regar e abastecer as populações”, diz José Pedro Salema, presidente do Conselho de Administração (CA) da Empresa de Desenvolvimento e Infraestruturas de Alqueva (EDIA).

Num investimento de cerca de dois milhões e meio de euros, Alqueva é a salvação de alguns agricultores. Alqueva “é a única maneira de regar”, disse à Lusa Miguel Gomes, de 41 anos, numa parcela de 25 hectares de olival perto de Beja, explicando um negócio que está em expansão.

O abastecimento de água às populações é outra mais-valia. O projeto passou a reforçar, sempre que necessário, no que se refere ao abastecimento de água, 13 concelhos alentejanos, incluindo os de Beja e Évora, num total de mais de 200 mil habitantes. Este número irá crescer com a ligação do Alqueva à albufeira do Monte da Rocha, que abastece os concelhos de Castro Verde, Almodôvar e Ourique e parte dos de Odemira e Mértola”, refere o responsável da EDIA. José Pedro Salema revela que há “250 mil alentejanos que dependem de Alqueva para terem água em suas casas”.

Já os ambientalistas que há duas décadas se uniam contra o Alqueva continuam hoje a apontar mais defeitos do que virtudes da barragem e destacam a agricultura intensiva como o pior dos males. Entre outros aspetos, referem que Alqueva proporcionou um espelho de água, como outros, mas que o habitat de uma barragem não é o mesmo de um lago, não fixa vegetação, não tem uma orla de vida, diz.

Associado à mão-de-obra utilizada de forma sazonal decorrente do aumento das produções intensivas do regadio surgiram, também, problemas sociais relacionados com imigrantes que prestam serviços e que depois ficam pelo território, durante as campanhas e fora delas, em condições “degradantes”. Esta tem sido uma denúncia, recorrente, das entidades ligadas ao acompanhamento de migrantes.

"A Federação do Baixo Alentejo do Partido Socialista assinala os 20 anos do encerramento das comportas de Alqueva", no comunicado enviado à nossa redação lembra as diversas "mais-valias" da barragem que diz ser "reserva estratégica de água numa época em que as alterações climáticas e a sustentabilidade ambiental são os maiores desafios que se colocam à humanidade."

A Associação “Terras Dentro” faz, nesta terça-feira, uma conferência sobre “o futuro e os desafios que se colocam à agricultura no Alentejo nos próximos tempos”, em Vidigueira. Francisco Cabral Cordovil, professor associado do ISCTE, é orador entre outros convidados e vai analisar o panorama atual da agricultura, em especial no Alentejo na sua dimensão económica, social e ambiental. 


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