Recorde-se que a APA autorizou a transferência de água do rio Guadiana, em Mértola, para a barragem de Odeleite, no Algarve, para ajudar no abastecimento da região algarvia. Será com uma conduta com perto de 40 quilómetros, a partir do Pomarão, que a água chegará até à barragem de Odeleite.
O parecer da APA é condicionado às exigências do Município de Mértola, que pediu contrapartidas nesta matéria da gestão da água, levantadas, também, pelo Bloco de Esquerda que levou um projeto de resolução ao Parlamento, há cerca de dois anos, tendo sido o mesmo aprovado. Perante esta matéria, as salvaguardas já garantidas pelo Ministério do Ambiente passam pela implantação da rede de abastecimentos às localidades de Espírito Santo e Mesquita, dependentes de furos hertzianos, que nem sempre têm disponibilidade, chegando muitas vezes a ser abastecidas por autotanques. A navegabilidade do Guadiana até Mértola, um desígnio antigo da vila, é outra das contrapartidas em cima da mesa.
"O Governo garante acesso a água potável à freguesia do Espírito Santo, em Mértola, e investe na recuperação das margens do rio Guadiana, na zona do Pomarão". Lembramos que a Voz da Planície já tinha avançado na notícia que efetuou sobre esta matéria, a intenção da ministra do Ambiente de resolver o problema da gestão da água no concelho de Mértola. Neste contexto, e avançando a presença da APA, hoje e amanhã, para avaliar estas duas matérias, o presidente da Câmara de Mértola agradece o papel que classifica como "muito importante" de Maria da Graça Carvalho neste processo.
O rio Guadiana passará a ter um caudal mensal mínimo, acordaram ontem, 23 de outubro, os governos de Portugal e Espanha, que formalizaram também o compromisso para um caudal diário no Tejo. O entendimento entre os dois países para os caudais no Tejo e do Guadiana foi assinado na 35.ª Cimeira Luso-Espanhola, que decorre em Faro.
O acordo para “um regime de caudais mensais no Rio Guadiana na secção de Pomarão” visa “garantir o bom estado do estuário e a distribuição equitativa dos caudais disponíveis para o uso de ambos os Estados”, lê-se na Declaração Conjunta da 35.ª Cimeira Luso-Espanhola.
A declaração conjunta confirma igualmente os acordos já anunciados para regularizar as captações no Alqueva por agricultores dos dois países, ao abrigo do qual os utilizadores espanhóis passarão a pagar a Portugal a água retirada, com as mesmas condições impostas no lado português.
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