“A riqueza criada pela agricultura em 2021 foi de 3,5 mil milhões de euros. Descontando a inflação acumulada ao longo dos anos, este valor tem vindo a diminuir desde o início dos anos 80. Nessa década, a agricultura gerava mais do dobro da riqueza atual”, apontou, numa nota divulgada a propósito do dia da produção nacional, assinalado na última terça-feira.
Em 2020, 1,3 por cento da riqueza gerada pela União Europeia (UE) veio da agricultura, destacando-se a Roménia e a Grécia (3,8 por cento do Produto Interno Bruto). Em Portugal, o peso era de 1,6 por cento do PIB, importância que tem vindo a descer desde 1995, altura em que situava nos 3,7 por cento.
Por região, a agricultura tem maior relevância económica no Alentejo e nos Açores, representando 8,8 por cento e 6,8 por cento do PIB, respetivamente. No sentido oposto, a Área Metropolitana de Lisboa (AML) apresenta o menor peso (0,3 por cento do PIB).
Desde que entrou na União Europeia, foi em 1989 que Portugal recebeu o maior volume de ajudas ao investimento agrícola, que supera em 2,5 vezes, descontando a inflação, o montante auferido em 2020 (170 milhões de euros).
De acordo com o portal Pordata, em Portugal, as culturas agrícolas que, atualmente, mais superfície ocupam são o olival (4,1 por cento do território), os cereais (2,3 por cento) e a vinha (1,9 por cento).
Em 1986, o primeiro lugar era ocupado pelos cereais (9,5 por cento), seguidos pelo olival (3,7 por cento) e pela vinha (2,8 por cento).
Já entre 1986 e 2020, “as principais leguminosas secas foram a cultura agrícola que perdeu mais superfície em termos relativos (-91 por cento). Em contrapartida, os principais frutos de casca rija foram a cultura agrícola que mais superfície ganhou (+87 por cento).
“O azeite é um produto tipicamente mediterrânico. Em 2020, Portugal foi o quarto maior produtor de olival (723.000 toneladas) entre oito países da União Europeia com produção nesse ano. A Espanha foi o maior produtor (8,1 milhões de toneladas), seguida por Itália (2,2 milhões de toneladas) e Grécia (1,3 milhões de toneladas”, lê-se no documento.
Portugal atingiu em 2019 o recorde da produção de azeite, com 1,5 milhões de hectolitros.
No ano seguinte, Portugal foi o quinto maior produtor de vinha (853.000 toneladas) na UE, considerando os 19 países produtores em 2020, sendo que Itália foi o maior (8,2 milhões de toneladas).
“A vinha ocupa 176.000 hectares, o equivalente á área do município de Odemira. Contudo, a superfície de vinha encolheu mais de 82.000 hectares desde 1986. Quase metade da área de vinha encontra-se no Norte”, exemplificou.
A produção de vinho ascendeu a 7,4 milhões de hectolitros em 2021, o valor mais alto desde 2006, sendo que mais de dois terços do vinho é tinto ou rosado e um terço é branco.
Mais de metade da superfície agrícola em Portugal serve para pastagens permanentes destinadas à produção pecuária, enquanto 26 por cento é ocupada por terras aráveis para a produção agrícola e 22 por cento por culturas permanentes.
A Pordata é uma base de dados estatísticos da Fundação Francisco Manuel dos Santos (FFMS).
© 2024 Rádio Voz da Planície - 104.5FM - Beja | Todos os direitos reservados. | by pauloamc.com