“Achamos que o Estado é que tem de intervir”, porque “as câmaras
municipais estão a fazer um esforço muito meritório”, mas “isto necessita de
uma intervenção ao nível do poder central”, disse Luís Menezes Leitão aos
jornalistas, em Odemira, no distrito de Beja.
O responsável falava após uma comitiva da Ordem dos Advogados
(AO) ter-se reunido com os presidentes das câmaras de Odemira, Hélder
Guerreiro, e de Aljezur, José Manuel Gonçalves.
A situação deve-se “precisamente” ao “facto de não haver o apoio
necessário” da parte do Governo para “criação de infraestruturas de habitação
necessárias para acolher os imigrantes” e para o “controlo laboral”, afirmou.
Há quase um ano, o elevado número de casos de infeção pelo vírus
que provoca a doença covid-19 entre trabalhadores agrícolas no concelho de
Odemira, sobretudo estrangeiros, fizeram o país centrar atenções nos abusos
laborais e nas más condições de habitabilidade destes migrantes.
A situação epidemiológica levou o Governo a decretar uma cerca
sanitária em duas freguesias do concelho – São Teotónio e Longueira/Almograve
-, em 29 de abril, para tentar travar os contágios.
Na altura, o primeiro-ministro, António Costa, alertou para a situação de "insalubridade habitacional inadmissível, com hipersobrelotação das habitações” no território, o que considerou tratar-se de “uma violação gritante dos direitos humanos”.
RVP/Lusa
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