De acordo com o mesmo documento, são os distritos do Alentejo os que
apresentam custos económicos e sociais mais elevados devido “em boa parte ao
elevado número de vítimas mortais e de feridos graves registados”, estimando-se
para Beja um valor de 379.098 euros por cada desastre com vitimas, seguido de
Portalegre e Évora com um custo de 322.696 euros e 262.185 euros
respetivamente.
Dos 6.422,9 milhões de euros, a maior fatia (83,5%) é referente a acidentes
com vítimas e os restantes a desastres sem feridos ou mortos, concluiu o estudo
sobre “O Impacto Económico e Social da Sinistralidade Rodoviária em Portugal”,
desenvolvido pelo Centro de Estudos de Gestão do Instituto Superior de Economia
e Gestão e apresentado pela Autoridade Nacional de Segurança Rodoviária (ANSR).
A segunda componente mais expressiva (representando 26,8% do total)
refere-se à perda bruta de produção, estimada em 1.438 milhões de euros,
seguindo-se os custos médicos (84,6 milhões de euros), os danos de propriedade
(263,9 milhões de euros) e os custos administrativos (78,5 milhões de euros).
O documento apresentado pela ANSR dá igualmente conta que o custo económico
e social médio de uma vítima mortal de acidente rodoviário é estimado em cerca
de três milhões de euros por morte, enquanto os feridos graves são de mais de
530 mil euros por vítima.
De acordo com o estudo, os atropelamentos constituem a natureza de acidente
com o custo económico e social médio mais elevado entre as diferentes
categorias, com 161.737 euros por acidente, e os desastres em vias em mau
estado de conservação custam 186.477 euros por acidente com vítimas.
O estudo concluiu também que o domingo é o dia da semana em que o custo
médio por acidente da sinistralidade é mais elevado, com um valor médio que
ascende a 181.913 euros por desastres, sendo a maior fatia atribuída às vítimas
mais graves.
Os responsáveis pelo estudo constataram igualmente que agosto é o mês do
ano em que um acidente rodoviário apresenta um custo mais alto, 171.578 euros.
Em contrapartida o distrito de Lisboa apresenta o custo mais baixo por
acidente, 109.528 euros.
“Entre 1995 e 2019, Portugal
investiu cerca de 33.682 milhões em infraestruturas rodoviárias tendo no mesmo
período evitado 174.810 milhões de euros em custos económicos e sociais, valor
que corresponde a cerca de 82,3% da riqueza criada em Portugal em 2019, e que é
mais de cinco vezes superior ao valor investido. Também neste período foram
evitadas a perda de 24.140 vidas, de 170.456 feridos graves e de 211.615
feridos leves”, indica ainda.
RVP/Lusa
Foto: Cartrack
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