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Educação

“55 a 60 mil alunos ficariam sem professores se as aulas começassem hoje”

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“55 a 60 mil alunos ficariam sem professores se as aulas começassem hoje”

Nesta semana de regresso às aulas, o Sindicato de Professores da Zona Sul (SPZS) revela que “há muitos horários por atribuir” e que “a falta de docentes até final deste mês, tal como em 2021, vai agravar-se”. Está “previsto ser um ano letivo de muita ação e luta reivindicativa”.

“O ano letivo de 2022/23 está a começar com 747 horários por atribuir, aos quais se devem juntar os técnicos especiais, subindo para 991, um número muito acima do anunciado pelo Governo”, garante Manuel Nobre.

O presidente do Sindicato de Professores da Zona Sul assegura que “se as aulas começassem ao dia de hoje, 55 a 60 mil alunos ficariam sem professores”. Uma situação que se “prevê agravar-se até ao final deste mês e que vai resultar, também, do facto, de até dezembro, deste ano, estar prevista a aposentação de 600 docentes”.

“É um novo começo que padece, desde logo, de velhos problemas e muito conhecidos. Turmas com excesso de alunos, classe docente envelhecida, com muitos professores acima dos 50 anos de idade, horários com mais horas do que as permitidas por lei, dificuldades de progressão na carreira, que é cada vez menos atrativa e contínuo desinvestimento na escola pública”, frisa o dirigente do SPZS.

“Com tantos aspetos para resolver”, o Sindicato espera que “o novo ministro da Educação tenha uma atitude diferente do anterior” e que “dê início à ronda negocial, necessária, até ao final deste mês e antes de começar a discussão do Orçamento do Estado 2023, no sentido destas matérias puderem ser resolvidas”.

“Até à data”, reitera Manuel Nobre, “têm sido tomadas medidas avulsas, paliativos”, e neste contexto revela que “apesar do Governo ter anunciado que podem ser contratados professores, eles não existem”. Deixa exemplos: “os professores de Biologia/Geologia que existem respondem apenas 14 por cento das necessidades e no caso da Matemática, 17 por cento”. “Este”, sublinha o presidente do SPZS, “é um reflexo do desinvestimento na educação e da consequente desmotivação, atratividade, da carreira docente. As quotas e os bloqueios à progressão agravam a instabilidade dos que estão na profissão e afastam os jovens desta possibilidade”.

“A esta altura é o levantamento que pode ser feito”, refere Manuel Nobre, avançando que “o SPZS está a verificar os problemas por resolver no início deste ano letivo, nas escolas dos distritos de Portalegre, Évora, Beja e Faro”. Os resultados serão divulgados no final deste mês, esclarece.

Não deixou, contudo, de alertar, Manuel Nobre, para “a situação do distrito de Beja, no que há falta de professores diz respeito”. Lembra que, “em 202, tinha o maior número de docentes a lecionar sem habilitações para a docência. Um problema do Interior”, sublinhou, “mas que se sente muito neste, devido, também, às distâncias que os professores têm de percorrer para dar aulas e às condições das rodovias não serem as melhores”.

Até sexta-feira são feitas as receções, a alunos e professores, das escolas do distrito, do ensino básico ao secundário, e as aulas começam, efetivamente, entre o dia 16 e 19 deste mês.


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