imagens: ©Vera Marmelo / Victor Ribeiro de Menezes / DR
Salvador Menezes teve o seu primeiro envolvimento sério com a música aos 19 anos, quando a sua (já extinta) banda V. Economics lançou o primeiro EP em 2006. O segundo foi editado em 2008, ano que marcou o fim do grupo e a partir do qual começa a compor os seus primeiros temas a solo. Pouco depois, juntamente com Afonso Cabral, David Santos e Luís Costa, funda os YCWCB. Desde 2010 lançaram dois EP e quatro álbuns. O seu projecto a solo, Tipo, nasceu em 2015 e o primeiro álbum viu a luz do dia em 2018 com co-produção de Salvador Menezes, Benjamim e Afonso Cabral. Pelo meio contam-se colaborações em álbuns de Minta & the Brook Trout, Paus, Noiserv, Rita Redshoes, They're Heading West e muitos concertos nos principais auditórios e festivais portugueses, entre algumas passagens pelo estrangeiro.
Sobre "Vigia", o segundo LP de Tipo, o músico confessa que: "este foi um disco feito com tempo. Começou em 2019, com o batimento cardíaco da minha segunda filha. Os primeiros acordes em Março de 2020, quando a pandemia coincidiu com o seu nascimento. Nunca houve pressa - tudo é melhor quando o tempo não tem (val)idade."
"Vigia" é nome de casa. O álbum foi criado ao pé do mar, numa casa de família junto à costa, a Casa da Vigia. A vista dessa casa é a mesma que se vislumbra na fotografia que ilustra a capa do álbum, retirada do espólio da família, e de autoria do Victor Ribeiro de Menezes, bisavô de Salvador Menezes, que a captou em 1918. O resultado é um disco de cunho autobiográfico, cantado e contado num tom quase confessional, onde a serenidade da voz de Tipo dá corpo a letras trespassadas por uma inegável inquietação que conferem ao disco uma entoação de desassossego quieto, onde prevalece um balanço perfeito entre a força da mensagem e a imperturbabilidade da interpretação. "Vigia" é um álbum onde cabem as ondas do mar em "Que Horas São?", que o músico dedica às filhas e o batimento cardíaco da filha mais nova, em "Segunda", tema que abre o disco.
"A ideia de compor música só com a guitarra e voz obrigou-me a focar na escrita, sem subterfúgios, tornando-se num disco biográfico onde nele cabe toda a gente que me acompanha", acrescentou o músico.
Para estúdio, Tipo levou Pedro Branco (guitarra e baixo) e Tomás Sousa (bateria) amigos e companheiros de banda em YCWCB. Há um dueto com Inês Sousa, no tema "Reclamo Baixinho". E a participações Leonor Arnaut e, dos também companheiros de banda, Afonso Cabral, David Santos (Noiserv) e João Gil em "Rotinas". Martim Sousa Tavares assinou os arranjos de orquestra e Tipo a produção. "Vigia" foi misturado por Eduardo Vinhas e masterizado por Mário Barreiros.
O álbum está disponível nas plataformas digitais, terá também uma edição limitada em vinil e vai ser apresentado ao vivo pela primeira vez no dia 29 de Maio, em Lisboa, na BOTA, a partir das 21h.
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