fotografias: site Pedro Abrunhosa
No seu primeiro disco, 'Viagens', que assinava em nome próprio e acompanhado de uma banda formada por músicos irrepreensíveis, Os Bandemónio, Pedro Abrunhosa levou-nos para outro patamar e elevou a fasquia das produções nacionais. Foi mais um salto gigantesco na música portuguesa, porque houve ambição, houve coragem e, consequentemente, houve evolução. E ouvia-se pela primeira vez, e de forma contagiante, uma mistura soberba de jazz, soul, pop e spoken word, sonoridades que até então nos chegavam quase exclusivamente dos Estados Unidos e Inglaterra, agora complementadas em português, num debitar de palavras, ora frenético ora sussurrado, entre o rap e a declamação, que mostravam uma atualidade e um romantismo sem filtros, explorado apenas por nomes mais carismáticos, mas de forma mais poética e noutras vertentes musicais. Para a estreia de um artista assumidamente pop, foi um sucesso estrondoso e que nunca vacilou. Até este último disco, 'Espiritual', são 28 anos feitos de longas viagens, grandes canções e discos multi-platinados, agora acompanhado também por outro grande coletivo, o Comité Caviar.
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