fotos Joana Espadinha: ©Joana Linda / fotos Benjamim: ©Vera Marmelo
Joana Espadinha é uma das cantautoras de referência da pop portuguesa e uma das compositoras mais relevantes da sua geração.
São vários os seus temas cantados a plenos pulmões pelo grande público e, paralelamente, Joana compõe também para outros artistas como Carminho, Marisa Liz, Sara Correia, Cláudia Pascoal, Luís Trigacheiro e Diana Castro, entre outros.
Dez anos depois do seu disco de estreia, Joana Espadinha lança agora "Vergonha na Cara", o quarto álbum de originais. O novo longa-duração navega pela Pop a que a cantora já nos habituou, com uma piscadela de olho ao Indie Rock e revelando também um lado mais introspectivo. Os temas de "Vergonha na Cara" foram produzidos por António Vasconcelos Dias, à excepção de "Será o que Será", que conta com a produção de Ben Monteiro.
Pelo prisma do seu olhar feminino e desafiador, contam-se não só as histórias de amor e da vida quotidiana, mas também os processos de transformação pelos quais uma artista passa ao longo do seu percurso, sem nunca deixar de lado a ironia e a autenticidade das suas letras, que já vão sendo uma imagem de marca.
Deste novo trabalho fazem parte os três singles já lançados e em destaque na Rádio Voz da Planície, "Será o Que Será", "Vestir a Camisola" e "Vergonha na Cara", muito bem recebidos pelo público e media nacionais.
Joana Espadinha sobe ao palco sem "Vergonha na Cara", apresentando o novo álbum e revisitando temas mais antigos da sua obra, em três concertos especiais em Maio: dia 9 no B.Leza, Lisboa, dia 10 no Salão Brazil, Coimbra e dia 26 no Novo Ático, Coliseu do Porto.
O álbum, composto por 20 temas, interpretados, gravados e produzidas por Benjamim, naquele que o músico assume ser o seu projecto mais alucinante até à data, está disponível a partir de hoje em todas as plataformas digitais e numa edição especial em vinil duplo. O álbum é apresentado ao vivo, pela primeira vez, a 29 de Abril, no Teatro Maria Matos, em Lisboa.
"A viagem é uma fuga.
A travessia do oceano é feita entre os Farilhões e as Estelas, até ao pedaço de terra que os cartógrafos romanos baptizaram de Ilha de Saturno.
O nome de alguns ilhéus e rochas do Arquipélago das Berlengas incluem Ilhéu dos Soldados, Ilhéu da Quebrada, Cerro da Velha, Ilhéu Maldito, Ilha Edralão, Rinchão, a Pedra Negra e a Ilha da Berlenga, o destino final. 39° 24' 52" N 9° 30' 22" O".
É com estas palavras que Benjamim inicia a epopeia d'"As Berlengas". Podem ler-se na sleeve que acompanha o vinil – única edição física de um álbum composto maioritariamente por instrumentais, que navegam por paisagens electrónicas. Entre as letras das canções cantadas, surgem pedaços de narrativa que conduzem o ouvinte nesta viagem sonora, conferindo um tom profético a um projecto que, nas palavras do músico, assumiu proporções épicas.
"Envolvida num limbo entre solidão e morte, a música d'"As Berlengas" procura a luz e redenção a partir de um espaço mental inventado, uma construção fantasiosa baseada em imagens do arquipélago que eu nunca tinha visitado – um exercício de escapismo que acaba por tomar proporções épicas no que toca a dimensão, formato e ambição. As misteriosas ilhas servem de fuga à realidade, um escape à desilusão com a existência, o mundo, a divisão política, o aquecimento do planeta, a incerteza, a ansiedade causada pelos desafios que a sociedade actual coloca, a procura de uma identidade, a busca de amor ou apenas a lembrança a partir de uma tempestade ou de uma constelação inventada, com o nome de alguém que já partiu para uma outra dimensão cósmica", confessou Benjamim.
O álbum começou a ser divulgado no início do ano, tendo sido lançados em antecipação o instrumental que abre o disco "As Berlengas" (parte 1) e as canções Atrás da Barricada e A Rendição.
"As Berlengas" ganham forma em três dimensões: um disco, um filme e um espectáculo. O início remonta a 2017 em forma de ideia conceptual que foi ganhando corpo ao longo dos anos. Primeiro nasceu a música, inicialmente pensada como uma banda sonora para um filme que não existia... até existir. No final de 2022, Benjamim desafiou o realizador Bruno Ferreira para assinar um filme inspirado na paisagem musical que havia criado. Esse filme, rodado no início de 2023, abriu a porta a um novo conceito, um filme-bailado, com imagens captadas no arquipélago que dá nome ao projecto. A partir de peças instrumentais, colagens sonoras, canções em formato de lamento, juntam-se fragmentos de memórias para a elaboração de uma história passada num arquipélago inventado, através da dança e do som.
O disco foi produzido, gravado e misturado por Benjamim, com gravações adicionais assistidas por Moritz Kerschbaumer. Foi gravado na sala de casa, no Submarino, em quartos de hotel, no sótão de Alvito e no Namouche, entre recolhas sonoras feitas no arquipélago das Berlengas. A masterização ficou a cargo de Nelson Carvalho.
Todos os vídeos que acompanham o álbum são excertos retirados do filme "As Berlengas", realizado por Bruno Ferreira e coreografado por João Reis Moreira, com Leonor Carneiro, Pedro Batalha, Beatriz Soares, Carolina Varela, Fabiana Injai e Marco Tavares.
No concerto de dia 29 de Abril, no Teatro Maria Matos, em Lisboa, o álbum é apresentado ao vivo pela primeira num concerto que é simultaneamente uma viagem sonora e visual - através da projecção de excertos do filme onde Benjamim será acompanhado pela sua banda.
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