A música de Beja tem uma longa história com muitos anos e muitos nomes. Das bandas de covers às de originais, do tradicional ao metal, são muitas gerações de músicos, maioritariamente amadores, que fazem questão de manter vivo um legado que deve ser respeitado e continuado, mas para isso também necessitam de mais visibilidade.

Os Hictal já têm mais de 40 anos de história e apesar de serem conhecidos como uma banda de covers que animava os saudosos bailes, mas que para os próprios eram verdadeiros concertos de rock, também nessas noites memoráveis se ouviam muitos e bons originais. Inspirados por nomes míticos que vão dos Beatles aos Stones, de JJ Cale a Eric Clapton, de Bob Marley a Cat Stevens, há, acima de tudo, uma enorme paixão e um enorme respeito pela música e pelos músicos que os marcaram e que os motivaram a começar uma aventura, quando ainda nem 18 anos tinham, e que os traz até à noite de hoje.

Luís Espinho, Armando Torrão, José Pedro Grazina e Emídio Zarcos, começaram uma das viagens mais longas das bandas de Beja, se não mesmo, a mais longa do rock destas paragens. Nos concertos que os fizeram percorrer o país, também partilharam palcos com nomes míticos como os de Rui Veloso, Taxi, Jáfumega, Lena D'Água, Roquivários, entre muitos outros. De todas estas memórias e das muitas histórias vividas na estrada, a celebração da curta mas bem preenchida vida do baterista e professor Emídio Zarcos, figura carismática e incontornável da história da música de Beja que se tornou uma lenda e é uma inspiração para muitos músicos da cidade, é um dos bons motivos para que os restantes membros dos Hictal continuem a fazer concertos e a manter bem viva a chama e a memória de todos os que vão contribuindo para a construção deste "castelo do rock" de Beja.

'Mais Para Dar' é um dos originais dos Hictal, que vai ficar gravado nas paredes do Logradouro do Centro Unesco, no concerto desta noite a partir das 21h. Os bilhetes devem ser adquiridos previamente no Pax Júlia.