João Barbeiro, após ter sido demitido do Desportivo de Beja, emitiu um comunicado onde esclarece alguns pontos que no seu entender deveriam ser explicados à cidade aos sócios e simpatizantes do Clube:

\"A 6 de Agosto recebi um telefonema onde me pediam ajuda, para que o Desportivo não fecha-se as portas, pois as mesmas estavam em vias disso, depois de muitos Contactos todos lhe disseram não, seria muito difícil numa altura desta arranjar jogadores, porque uma equipa é construída com tempo e neste momento já todos os jogadores estariam noutras equipas, também o atual treinador, (Chico Faria) declinou o convite, dizendo que o melhor seria descansar um ou dois anos e depois voltar, e arranjar uma equipa com tempo para atacar a 2ª divisão. Com muito trabalho, dedicação e esforço consegui arranjar uma equipa para poder participar no campeonato do 2º Divisão Distrital, foi-me dito também que poderia ficar na 1 ª Divisão devido a indefinição de algumas equipas como (Aldenovense, Rosairense), visto que o prazo das inscrições terminavam dentro de três dias, era até dia 9 do mesmo mês. Não tive problemas em aceitar tal convite que outros tinham declinado, que mais não fosse por ser o clube da minha terra e o clube que me formou como desportista, homem e qual gosto muito. Foi-me pedido pela comissão administrativa (sr Cortes), que o objetivo seria participar no campeonato e dignificar o emblema do Beja sem grandes objetivos visto que a equipa só tinha dois jogadores (Morais, Moka) e teria de ser eu a tentar procurar mais alguns jogadores e contactar os mesmos. Assim o fiz e fui a pouco e pouco formando uma equipa com muito sacrifício e empenho falando com vários jogadores que hoje se encontram no plantel e se não fosse a minha insistência para ajudar, não tinham assinado pelo clube. Também falei com alguns treinadores da formação (Chico Faria, Nelson Teixeira, Nelson Rato, Silva) para me ajudarem, o que me foi dito por estes, que não tinham tempo nem queriam saber dos seniores, é com enorme surpresa que saio do Desportivo de Beja, depois de ter formado uma equipa competitiva, que poderá fazer coisas bonitas e competir com as do seu campeonato para uma possível subida ao campeonato da 1ª divisão. É de estranhar que saio depois de na ultima jornada da Taça de Honra ter tido pela 1ª vez a equipa na máxima força e ter tido um resultado positivo de 4 a 1, fui convocado pelo Sr. Cortes para uma reunião numa altura em que as coisas se começavam a compor e ao qual as exigências era participar e respeitar o bom nome do clube, o que acho que estava a acontecer e talvez a superar as expectativas. Como se costuma dizer depois das coisinhas feitas todas têm interesse em pegar e isso mais uma vez esta a acontecer no meu Desportivo. Os que gostam dão a mão nas alturas difíceis e os outros andam atrás a tentar colher os louros do trabalho que eles próprios não conseguiram realizar nem acreditar que seria possível a obtenção de uma equipa competitiva e com pernas para andar. Quando tudo estava mal e em vistas de nem no campeonato entrarem não apareceram para ajudar, a isso se chama de oportunistas e aproveitadores do trabalho realizado com muito esforço e dedicação por quem gosta deste Grande Clube.  Viva o Desportivo de Beja\". 

João Barbeiro disse ainda que uma das razões pelas quais teria sido despedido foi por ter dado uma entrevista à Voz da Planície após o jogo com o Beringelense por 4-1. A Comissão Diretiva do Desportivo não autorizou essa entrevista mas antes que o treinador tentasse saber de onde surgiu a fuga de informação para a Voz da Planície sobre a sua alegada saída após o jogo com o Beringelense.

Recordamos ainda que a actual comissão do Desportivo de Beja também não quis prestar declarações à nossa estação aquando da entrada de Francisco Faria para o comando da equipa na passada Quarta Feira, situação que nos quase cem anos do clube acontece pela primeira vez.