Jerónimo de Sousa defende "nova reforma agrária"
Segundo o Jerónimo de Sousa, "o sonho que se tornou momentaneamente realidade com a Revolução de Abril, num processo que se iniciou faz neste ano de 2015, 40 anos, foi um dos raros períodos da história do último meio século no Alentejo em que a região não conheceu o flagelo do desemprego, não perdeu população e viu muitos dos seus filhos regressar à terra!"

Jerónimo de Sousa falava no comício da tradicional homenagem do PCP à trabalhadora rural Catarina Eufémia, assassinada há 61 anos, naquela aldeia, pelas forças do regime ditatorial do Estado Novo.
Para o secretário-geral do PCP, a Reforma Agrária, realizada sob a consigna "a terra a quem a trabalha" e que neste ano de homenagem a Catarina, os comunistas entendem ter o dever de assinalar e celebrar como um momento marcante da sua História e da luta dos assalariados agrícolas das terras do latifúndio!
Há, segundo Jerónimo de Sousa, quem gostasse de ver arredado da memória e da história do povo, o registo desse património de luta, mas também esse corajoso e empolgante processo de transformação revolucionária da vida nos campos do Alentejo e Ribatejo que foi a Reforma Agrária.
Para o lider dos comunistas, "a Reforma Agrária foi, desde o início, alvo de ataques os mais diversos e de uma desenvergonhada campanha de mentiras e calúnias, deformando e caricaturando o seu verdadeiro significado, objectivo e resultados alcançados".
Dando como exemplo a área semeada, que antes era 94 000 hectares, com a Reforma Agrária quase quadruplicou - 395 000 hectares. Área de regadio antes eram 9 300 hectares, com a Reforma Agrária chegámos a ter 23 700 hectares de terra regada. A produção de arroz antes correspondia a 23 500 toneladas com a Reforma Agrária a produção duplicou,- chegou a atingir 48 000 toneladas. A produção de tomate seguiu o mesmo caminho passou de 73 000 toneladas para 180 000. No que diz respeito, por exemplo, a efectivos animais passou-se de 81 000 cabeças normais para 190 000 e a tractores passou-se de 2 690 para 4560. E ainda, os postos de trabalho que saltaram de 21 700 entre trabalhadores efectivos e eventuais, para 71 900!
A Reforma Agrária acabou por ser destruída, mas, segundo Jerónimo de Sousa, "não pôs fim à necessidade e actualidade de, nas actuais circunstâncias, se concretizar uma Reforma Agrária que, cumprindo a Constituição da República Portuguesa, liquide a propriedade fundiária e o absentismo".
Uma nova Reforma Agrária que potencie as dezenas de milhares de hectares cercados com arame farpado, devolvendo-os à produção agrícola e pecuária, que ponha ao serviço do País as imensas potencialidades do Alqueva!